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Lançamento da campanha Pessoa com Baixa Visão e Bengala Verde

A foto destaque da notícia é o folder da campanha, ao lado direito, tendo ao fundo, desfocado, o público do evento e o palco. O folder tem texto em letras pretas e fundo em rosa-choque. (texto) Eu vejo você mas não como você me vê. 6 milhões de brasileiros possuem baixa visão. (descrição) A capa do folheto é ilustrada ao centro pela fotografia do braço esquerdo erguido de uma pessoa que segura uma bengala verde fechada. O braço está em preto e branco e a bengala é retratada em cores. A imagem separa em dois blocos as duas frases do texto.
 

Foi lançada na sexta-feira (21) a campanha do IPC “Pessoa com Baixa Visão e Bengala Verde”. O lançamento aconteceu durante a programação promovida pelo instituto em alusão ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, com uma série de palestras com especialistas e depoimentos de pessoas com deficiência visual. “O lançamento da campanha foi pensado nesta data para mostrar a necessidade de lutas e de participação da sociedade na defesa dos direitos das pessoas com deficiência”, afirma o diretor do IPC, Enio Rodrigues da Rosa.

O primeiro objetivo da campanha é identificar a pessoa como baixa visão e evitar que ela seja confundida com uma pessoa cega ou até mesmo com alguém que finge ser cego. Não são raros os casos de agressões contra pessoas com baixa visão que estão com bengala e usam o celular num ônibus ou num restaurante, ou ainda contra aqueles que usam a bengala apenas à noite, porque só precisam dela neste período devido à redução da luz natural. “É esta diferença que queremos mostrar e, com isso, garantir maior segurança, qualidade de vida, cidadania e respeito às pessoas com deficiência visual”, explica a coordenadora da campanha no IPC, professora Lilian Biglia.

Os outros dois focos da campanha estão na pessoa com baixa visão. “A campanha pretende criar uma noção de pertencimento porque as pessoas com baixa visão estão no limite entre ver e não ver, e a cultura reforçou a cegueira, criando uma invisibilidade à pessoa com baixa visão. Além disso, a campanha quer trabalhar a aceitação da bengala. A pessoa com baixa visão não se identifica com a bengala branca porque ela é símbolo da cegueira, e tem relatos de pessoas que passaram a aceitar a bengala verde porque sentiram que há um instrumento para elas. Com isso, tem-se o benefício do uso da bengala, que proporciona autonomia de ir e vir, traz independência”, explica Manoel Negraes, frequentador do instituto com baixa visão e um dos idealizadores da campanha, que é uma iniciativa do Grupo de Convivência do IPC.

Após o evento, os participantes fzieram um movimento na Boca Maldita com distribuição de folders e conversa com a população. O material da campanha será distribuído em escolas, hospitais, postos de saúde e outras instituições. Em parceria com a Urbs, em outubro a campanha terá cartazes afixados em ônibus. 

A bengala verde

A bengala verde foi criada em 1996 na Argentina, pela professora uruguaia Perla Mayo. Ela constatou que seus alunos com baixa visão eram tratados como pessoas cegas e, por isso, perdiam o pouco da visão que detinham. Além disso, percebeu que eles evitavam usar a bengala branca porque não queriam ser tratados como pessoas cegas, e então passou a pintar as bengalas de verde. “Verde porque é ver de novo, é verde de esperança”, diz Lilian.

A bengala verde então virou lei na Argentina em 2002 e, no Uruguai, em 2011. No Brasil, onde há 6 milhões de pessoas com baixa visão, a ideia é recente e começou a ganhar força em 2014. No ano passado, recebeu apoio da ONCB (Organização Nacional dos Cegos do Brasil). De lá pra cá, várias cidades começaram a aprovar projetos de lei sobre seu uso. Curitiba ainda não tem um projeto de lei.

 

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