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Do processo de contratação à adaptação diária da pessoa com deficiência visual no mercado de trabalho, na cidade de Curitiba-Paraná

Do processo de contratação à adaptação diária da pessoa com deficiência visual no mercado de trabalho, na cidade de Curitiba-Paraná

Luciane Strano1

Enio Rodrigues da Rosa2

Cerilo Jacob Pagliari Junior3

Lucas Oliveira da Rocha3

Mateus Santos Lisovski3

Rafael Lucinda de Oliveira3

1Professora Orientadora FAPAR - Faculdade Paranaense; 2Diretor Instituto Paranaense dos Cegos - IPC; 3Acadêmico do Curso de Tecnólogo em Gestão de RH - FAPAR

_______________________________________________________________

Resumo. Este artigo apresenta as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho, bem como algumas das conquistas alcançadas atualmente. Para compreender tal realidade, foram realizadas pesquisas qualitativas com pessoas com deficiência visual, moradoras da cidade de Curitiba-Paraná, que já estavam contratadas e/ou já haviam realizado atividades em empresas. Nesse sentido, por meio de relatos coletados, avaliou-se as etapas do processo de contratação utilizado pelas empresas quando do ingresso em suas atividades profissionais e suas experiências no dia a dia. Ao final deste artigo, é apresentado um modelo de questionário que pode ser utilizado pelas empresas nas entrevistas de emprego com as pessoas com deficiência, em especial com as pessoas com deficiência visual.

Palavras-chave: pessoa com deficiência visual; inclusão; processo de contratação; condições de trabalho; recursos humanos; tecnologias.

  1. Introdução

A partir da legislação trabalhista, as empresas em geral no Brasil devem contratar pessoas com deficiências, para assim cumprirem quotas de acordo com a quantidade de colaboradores que possuem. Desta forma, ultimamente muito tem-se tratado sobre a inclusão das pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho, porém ainda se percebe que a maior parte das empresas continua desenvolvendo suas atividades somente para pessoas padrão, e que poucas são as empresas que se adaptam às necessidades destas pessoas em especial.

Segundo Rebouças apud Salomão (2015), “A deficiência visual pode ser compreendida como um impedimento de caráter orgânico relacionado a enfermidades oculares que afetem o funcionamento normal da visão. Isto pode acarretar a ausência total da capacidade visual no indivíduo e pode dar-se com ou sem a percepção de luz, podendo ser herdada ou adquirida.”

A carência de pesquisas realizadas sobre a avaliação do processo de contratação e o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência visual especificamente na cidade de Curitiba, justifica este estudo. Nessa perspectiva, este artigo trata das dificuldades, mas também dos êxitos das pessoas com deficiência visual quando da participação em processos de contratação por empresas e suas experiências profissionais. Ao final, no anexo, apresenta-se um modelo de questionário para ser utilizado pelas empresas em geral, no momento das entrevistas para emprego destinado às pessoas com deficiência, em especial às pessoas com deficiência visual.

Para compor este estudo, foram entrevistadas seis pessoas com deficiência visual, moradoras da cidade de Curitiba, com o propósito de compreender mais profundamente este tema.

  1. Método

Trata-se de um estudo exploratório, descritivo e com abordagem qualitativa. A população total do estudo foi composta por 06 pessoas com deficiência visual, maiores de idade. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista, entre os meses de setembro e outubro de 2019. Utilizou-se amostragem por conveniência, portanto, a amostra correspondeu ao total de pessoas que foi possível recrutar no período estabelecido.

  1. Deficiência Visual e a Legislação

Em um mundo voltado às pessoas padrão, as pessoas com deficiência visual passam por diversas dificuldades em suas rotinas diariamente. Tais dificuldades estão presentes em várias atividades, como na locomoção, nas compras, nos estudos, na localização por trabalho/emprego, entre outras. E sem dúvida, um dos maiores desafios enfrentados por essas pessoas em especial, é a inserção no mercado de trabalho.

Desde os estudos das atividades fabris realizados por Taylor, Ford e Fayol até os dias de hoje, a real preocupação com as pessoas com deficiência visual foi sendo feita de uma forma bastante morosa, e que apesar de alguma procrastinação, foi conquistando com muito esforço, um espaço nas leis. O que era então voltado somente para pessoas padrão, aos poucos foi-se abrindo um espaço para escutar as necessidades, desejos e sonhos que não eram novos, de pessoas que historicamente estiveram excluídas dos meios de produção.          

Há cerca de três décadas, a legislação brasileira vem tratando deste assunto e solicitando atenção por parte das empresas para atenderem aos requisitos de inclusão social. Rosa (2016, p. 53) menciona em seu livro o artigo 93 da Lei Federal nº 8213/1991, sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, que dispõem sobre inclusão:

“[...] a empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:  I – de 101 a 200 empregados, 2%; II – de 201 a 500, 3%; III – de 501 a 1.000, 4%; IV – de 1.001 em diante, 5%.”

No entanto, apesar das mudanças e inserções na lei, a realidade continua distante da ideal no Brasil.

Ainda segundo Rosa (2016), explicitando contradições, enquanto a lei que trata do ingresso das pessoas com deficiência no serviço público federal prevê que até 20% dos cargos e empregos públicos serão reservados para as pessoas com deficiência, na lei da iniciativa privada, a escala fixa o máximo de 5% de reserva de vagas. Fica a impressão de que, para os empresários, como a reserva de vagas se trata muito mais de um encargo do que de um benefício, então é preferível que a carga maior seja assumida pelo Estado, até porque ele precisa dar o exemplo na assistência aos inválidos.

Percebe-se, que apesar de algumas soluções, ainda há muito o que ser feito na legislação brasileira.

Desta forma, este artigo trata, de forma específica, sobre as pessoas com deficiência visual e sua relação com o mercado de trabalho. Segundo dados do último senso do IBGE (2010), há 35.814.392 pessoas com deficiência visual no Brasil, significando um número bastante expressivo.

Focalizando em um dos Estados do Brasil, este estudo fez um levantamento sobre o mercado de trabalho para as pessoas com deficiência visual residentes na cidade de Curitiba, capital do Paraná. Segundo o IBGE (2010), em Curitiba há 268.196 pessoas com deficiência visual, divididos em 3 grupos:

- Deficiência visual – não consegue de modo algum, totalizando: 6.784 pessoas;

- Deficiência visual – grande dificuldade, totalizando: 36.641 pessoas;

- Deficiência visual – alguma dificuldade, totalizando: 224.771 pessoas. 

Ainda segundo o IBGE (2010), em uma visão mais detalhada, a deficiência visual, entre outras deficiências, é a mais comum no Estado do Paraná, e afeta 16,6% da população. Nesse sentido, segundo Kowalski (2019) no primeiro semestre do ano de 2019, a Assessoria dos Direitos da Pessoa com Deficiência fez capacitações e dinâmicas para mais de 100 diretores de empresas da cidade de Curitiba, com o propósito de vivenciar a realidade da pessoa com deficiência no cotidiano e no ambiente de trabalho. As atividades foram diversificadas e para direcionar às pessoas com deficiência visual, o grupo de diretores teve que se locomover com os olhos vendados, utilizar bengalas, elevadores e participar de uma roda de conversa sem recursos da fala e do som.

Além do breve relato acima, outra citação favorável foi encontrada no Atlas do Observatório do Mercado de Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego. Apontando que no Paraná a maior alta de emprego foi registrada para as pessoas com deficiência visual, entre os anos de 2016 e 2017, com crescimento de 16,3% em relação ao 2016, com a criação de 8.697 novas vagas.

Apesar de alguns passos já dados, muitos ajustes ainda devem ser feitos e incluídos na legislação brasileira. Rosa (2016), comenta que a Lei de Inclusão da Pessoa com Deficiência - LBI, ainda deve ser melhorada na questão das aposentadorias por invalidez e da possibilidade do retorno ao trabalho. Deve-se repensar também, no papel do INSS quanto à reabilitação profissional e recolocação de modo eficiente, das pessoas no auge das suas idades produtivas. O autor ainda questiona a repensar da possibilidade de abrir mão da aposentadoria por invalidez para se submeter às instabilidades do mercado de trabalho.

  1. O Mercado de Trabalho

Desde o início em que surge uma vaga de emprego, a mesma vem acompanhada de um processo, às vezes longo para o preenchimento desta vaga. As etapas são várias: análise do currículo, entrevistas, testes diversos, dinâmicas, enfim, até o preenchimento da vaga (Chiavenatto, 2015). Isto acontece para pessoas padrão e também vem ocorrendo numa escala cada vez maior, para pessoas com deficiências. Percebe-se então, que esse é um dos motivos, que o mercado de trabalho continua sendo um grande desafio para pessoas com deficiências.

De modo geral, as empresas têm seus processos de contratação já definidos e estruturados para receber pessoas. Mas, quando se trata de inserção de pessoas com deficiências, algumas organizações ainda se encontram despreparadas para receberem os candidatos.  

Poucas são as empresas que estão repensando seus processos de contratação para pessoas com deficiência. Para tornar essa busca menos estressante para as pessoas com deficiência visual em especial, seria interessante que a reformulação do processo de contratação ocorresse como um todo, desde a divulgação da vaga pela empresa, tornando-a conhecida para essas pessoas especificamente, até a última fase do processo que antecederia a contratação.

Entre as várias dificuldades encontradas na jornada pela busca de emprego, Reis (2012) comenta que a comprovação de experiência tem sido um dos obstáculos na conquista de uma vaga por pessoas com deficiências, conforme comentário: “... quando se fala em contratação logo se pensa nas experiências passadas dos candidatos, mas quando se contrata uma pessoa com deficiência, é preciso ter cautela, uma vez que o requisito experiência precisa ser irrelevante, pois muitos não tiveram uma primeira oportunidade.” Outro ponto que pesa no que se refere à experiência, segundo o autor é que boa parte das pessoas com deficiências não tem uma qualificação específica, o que dificulta a contratação desses candidatos.

 Avaliando o panorama acima, muito ainda deve ser feito em prol das pessoas com deficiências. Nesse sentido, pode ser desenvolvido um amplo espaço para criação de propostas que podem ser formuladas pelos profissionais de recursos humanos para atender e beneficiar às necessidades das pessoas com deficiências, bem como às pessoas com deficiência visual, especificamente.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, foi feito um levantamento de alguns materiais que apresentaram estudos e novidades para inserção das pessoas com deficiência visual no mercado de trabalho. Algumas destas experiências, foram relatadas no livro “Inclusão e Reabilitação da Pessoa com Deficiência Visual”, que compilou os melhores artigos apresentados no Congresso Online Internacional, realizado entre 2015 a 2017, com participação de 48 países. Esse livro contém relatos, experiências e estudos de pessoas com deficiência visual de diversas partes do mundo. É um material que serve como uma ponte em que a pessoa com deficiência visual possa sair do campo das ideias e viver sua independência.

Um dos relatos desse material é de Sara Bentes, que não conseguindo enxergar, desenvolveu seus dons artísticos desde criança. Entre suas habilidades, uma delas foi dedicada à pintura, a qual proporcionou à artista a exposição de seus quadros feitos ainda criança, quando ainda tinha visão parcial. A música, outra habilidade desenvolvida, levou-a a participar de eventos até em outros estados e países. Da música, evoluiu suas apresentações para o teatro e para a dança, aprimorando assim, sua expressividade. Todas estas atividades abriram novas portas à artista. E permitiram à mesma, que por meio das artes, alcançasse o acesso a várias alternativas de profissões.        

Um segundo exemplo, foi citado no mesmo livro por Kulcsár (2018). O autor criou um projeto para ensinar as pessoas com deficiência visual a fotografarem. O curso concentra-se em devolver confiança, autoestima e independência no dia a dia dos alunos envolvidos, desmistificando a condição de impotência que muitas pessoas com deficiência visual são submetidos. Segundo o autor, pessoas com deficiência visual não estão desprovidas das percepções sobre seu cotidiano, mesmo sem a visão continuam a formar inúmeras imagens. Por meio da fotografia é possível a materialização exterior de seu olhar interior. Em seu projeto, descreve a metodologia utilizada, com apoio de materiais pedagógicos, o aluno é levado ao mundo das referências bibliográficas. Esses materiais são táteis, em alto relevo (pedaços de madeira, algodão, papel veludo, etc), para que ao falar o aluno consiga ter uma percepção maior, palpável do conteúdo, ajudando assim a compor o repertório imagético. O professor/educador descreve a imagem e o aluno pode senti-la ao passar os dedos sobre o papel. Na hora da produção, com a prática o próprio aluno acaba criando o seu próprio jeito de fotografar e de se localizar no espaço seja para produzir imagens de pessoas, objetos ou autorretratos. Já foram produzidas mais de 12 exposições, com o objetivo de divulgar o curso, mostrando a forma como cada aluno percebe o mundo. 

Exemplos citados acima, demonstram que há um admirável trabalho de profissionais que se dediquem à ampliação de possibilidades e criam novos horizontes para as pessoas com deficiência visual. Tudo se torna possível, a partir do empenho e da dedicação para com essas pessoas em especial.

Porém, para as pessoas com deficiência visual que trabalham em organizações no dia a dia, estudos de alguns artigos apontam que ainda passam por dificuldades, não somente quando da contratação, mas quando já estão inseridos em seus trabalhos, no tocante especificamente à estrutura das empresas. Segundo Reis (2012) após a contratação, problemas persistem, e se torna importante e necessário que a empresa disponibilize de uma estrutura física adequada para receber candidatos, dando a eles o direito de ir e vir. Tais condições dizem respeito às rampas, piso tátil, sinalizações em braile, além das tecnologias e softwares necessários para o bom andamento das atividades. Também se faz necessário salientar, que o apoio de colegas no dia a dia é muito importante.

Nessa perspectiva e atentos a essa preocupação por ser um processo de mudança de filosofia das empresas, Junior at, al 2012, afirma que algumas organizações estão em busca da contratação de serviços, que incluem palestras de sensibilização, capacitações de RH e análises e capacitações em acessibilidade. Tal gesto constata alguma preocupação com essas pessoas em especial, servindo como exemplo para que outras empresas sigam os mesmos passos.

  1. Resultados das pesquisas

5.1 Perfil dos entrevistados

A partir das entrevistas realizadas com as pessoas com deficiência visual, do total de 6 entrevistados, 5 eram do sexo masculino e 1 do sexo feminino. Quanto às idades, variaram entre 25 a 34 anos de idade e um dos entrevistados informou ter 66 anos, todos moradores em Curitiba-Paraná. No que se refere à escolaridade, 2 entrevistados afirmaram serem pós graduados; 2 possuem graduação nível superior completa; 1 está cursando ensino superior e 1 possui ensino médio completo. O perfil profissional dos entrevistados foi diversificado: massagista; técnico administrativo; técnica bancária; bancário no setor de telemarketing; professor; assistente de operações acadêmicas.

5.2 Recrutamento e seleção - Contratação para o trabalho 

Cinco entrevistados informaram que possuíam registro em carteira de trabalho no momento da pesquisa, somente um dos entrevistados encontrava-se desempregado, mas já havia trabalhado por 2 anos numa faculdade. Quanto à existência de benefícios sociais específicos, todos informaram que não existe diferença nos benefícios concedidos, são iguais para todos os funcionários.

Os tempos de permanência nas empresas, segundo os entrevistados, variaram muito e o que mais chama atenção é o tempo de casa de uma das pessoas conforme abaixo:

“Trabalho à 30 anos na Companhia de Tecnologia de Informação do Paraná.” ( A. P. B., 66 anos).

As opiniões e formas de buscas por vagas de emprego divergiram, a maioria informou que faz buscas das vagas em locais distintos: nos colégios de apoio às pessoas com deficiência visual e em grupos de encontro, no site da própria empresa que trabalha hoje, uma delas informou que encontrou no CINI e também na internet em geral (currículos.com; Facebook; etc.). Um dos entrevistados cita a dificuldade e escassez de vagas para pessoas com deficiência visual e quando tem, a pessoa precisa ter uma formação técnica. O que merece destaque é o entrevistado que informou ter tido ajuda do pai para conseguir a vaga, conforme relato abaixo:

“Basicamente eu fico sabendo através do meu pai, inclusive ele que me indicou para trabalhar nessa atual empresa. Eu fiz o curso de massoterapia, e pesquisamos juntos, que era um bom curso para minha condição, aí eu topei e fiz.” (M. L. B., 25 anos).

Especificamente, dois entrevistados disseram que ficam sabendo da vaga através da indicação de amigos com deficiência visual. Um outro entrevistado relatou que foi através de um curso realizado, segue depoimento:

“Na vaga que eu ocupei na Uninter teve alguns cursos que eles ofertaram pra gente antes, e nesse curso foram selecionadas algumas pessoas para fazer parte da Uninter, e eu fui escolhido. Fui até lá por indicações.” ( L. G., 26 anos).

5.3 Dificuldades em encontrar e buscar um emprego; e também como ocorreram as contratações, os testes, os exames, entrega de documentos.

De acordo com as respostas, as dificuldades em encontrar emprego existem como disseram três dos entrevistados e variam, pois um deles cita a época em que não havia a obrigatoriedade da inclusão social, onde mesmo ele sendo graduado, o trabalho que lhe ofereceram foi um trabalho manual, já outro, cita as entrevistas padrões que dificultaram para a conquista da vaga. Dois dos entrevistados disseram não encontrar dificuldades, porém, o que chama mais atenção é um dos relatos que menciona o despreparo dos recrutadores:

“As primeiras dificuldades eram a própria falta de informação dos recrutadores, pois eles abriam a vaga para PCD devido à nova lei nas empresas. Então quando surgia uma pessoa com deficiência visual na frente, não sabiam como lidar, achando que seria necessário fazer várias adaptações no ambiente de trabalho, sendo que uma pessoa com deficiência visual não precisa de alterações no espaço físico e sim apenas um sistema de áudio no computador, e acabavam nem me passando para as próximas etapas do processo seletivo devido a isso.” (E. C. M., 34 anos).

 

Quanto à realização dos testes, a maioria dos entrevistados relata que passaram por entrevistas e testes, além de exames médicos para contratação nas vagas. Abaixo temos um relato de um dos entrevistados sobre sua experiência e sua opinião sobre a forma com que foi conduzido o processo.

“Eu fiz os testes solicitados, fiz exames médicos. Nesse atual emprego meu amigo me acompanhou, percorremos todos os locais, passamos o dia fazendo exames. Os testes, como eu não levei acompanhante, o pessoal da Caixa Econômica falou assim “que seria interessante ter levado acompanhante, para ajudar a preencher os questionários “, eles arranjaram um funcionário para fazer isso para mim. Eu acho esquisito isso, porque uma empresa pedir? Se eles primam tanto pela autonomia da pessoa com deficiência.” (H. M. H., 32 anos).

Quanto à entrega de documentos, nessa questão a grande maioria dos entrevistados disseram não ter tido dificuldades na parte de abertura de contas e documentação, alguns necessitaram da ajuda de familiares para algumas situações, mas nada de dificultoso. Um dos entrevistados relatou seu caso, por se tratar de empresa pública:

“Com relação a documentação, como é um cargo público a bateria de exames é maior. Quanto a abertura de conta e organização da documentação, eu faço o seguinte: aquilo que eu posso tirar por site, como certidões, eu tiro e depois eu imprimo. RG e CPF eu geralmente tiro xerox, tenho digitalizado mas tiro também para leva junto com os outros papéis. Às vezes vou sozinha para realizar o procedimento e correr com a documentação, mas também as vezes vou com alguém ou com minha mãe, se eu vejo que a coisa vai ser muito difícil, mas geralmente não é tanto, é mais na organização em casa, peço para minha mãe procurar para mim os documentos. Porém, eu poderia usar a tecnologia do Be my eyes, fazendo uma ligação para que a pessoa possa me dizer o que está escrito em cada documento, apontando a câmera e a pessoa lê para mim, e isso acontece em tempo real. Na questão de abertura de conta, fomos com vários funcionários ao mesmo tempo, porém como eu não sabia onde era o local a minha mãe foi comigo e também para as coisas serem mais rápidas. Quando eu não sei ir a determinado local, eu utilizo tecnologias como o Google Maps, para poder ter autonomia de me dirigir a determinados lugares que não conheço.” (H. M. H., 32 anos).

5.4 Treinamentos e experiências no Mercado de trabalho

Apenas um dos entrevistados relata não ter recebido treinamento, trabalhou se baseando no curso que fez. Já os outros disseram que sim, tiveram treinamento na função juntamente com colegas de trabalho para aprenderem os procedimentos e sistemas. Tivemos um depoimento interessante de uma das pessoas entrevistadas que menciona a importância e preferência em trabalhar sem a presença de outras pessoas com deficiência visual:

“Na Caixa, o pessoal me passa as dicas e orientações relacionadas a sistema, as que dependem especificamente do leitor eu que tenho que fuçar ou conversar com outros colegas amigos que têm deficiência visual que já utilizaram esse sistema. E, bem, como eu sou a única cega da empresa – “que eu acho bom isso", pois eu acho que trabalhar com vários cegos às vezes dificulta o nosso desenvolvimento.” (H. M. H., 32 anos).

Quando questionados se a empresa era adaptada para suprir às necessidades específicas das pessoas com deficiência visual, o relato da maioria dos entrevistados é de que as empresas têm adaptações, mas cada um de uma forma, a maioria tem os computadores adaptados. Porém, um dos entrevistados disse que não teve adaptações, por exercer a função de massagista e sempre ter sido tratado como funcionário normal. Abaixo segue o relato de um dos entrevistados que diz como são as adaptações na empresa onde trabalha, no caso específico o Banco Bradesco:

“Eles já tinham um grupo de pessoas com deficiência visual trabalhando na época, então, já haviam computadores adaptados para a função, com o JAWS. Sempre buscavam aprimorar o que era necessário. Há também sinalizações em braile nas escadas, sistemas de voz, braile nos elevadores.” (E. C. M., 34 anos).

Um dos entrevistados fez um comentário como forma de alerta para as empresas:

“Para que eu possa exercer minhas atividades pensando no essencial, é ter um leitor de telas, que é o mínimo que a empresa precisa para que a gente possa exercer as nossas atividades.” ( H. M. H. 32 anos).

Abaixo um relato de um dos entrevistados que vivenciou uma grande dificuldade para a empresa se adaptar:

“Foi ficar 10 anos na ociosidade depois de ser contratado pela empresa por não ter equipamentos apropriados para o meu exercício e profissão.” (A.P.B.,66 anos)

5.5 Atividades de integração, acolhimento, comunicação e relacionamento com colegas e superiores

Na grande maioria das respostas percebe-se que houve integração junto aos novos colegas de trabalho e com os setores da empresa. Somente um dos entrevistados, que exercia a função de massagista, disse não ter feito a integração, pois era uma novidade na empresa a contratação de uma pessoa com deficiência visual, também acrescentou que percebeu uma preocupação por parte da empresa, a respeito do seu desempenho no seu trabalho.

Quanto à questão relacionada à comunicação e ao relacionamento com os demais colegas, no geral todos os entrevistados se dão bem com os colegas de trabalho, sempre quando têm alguma dúvida, todos cooperam.

A comunicação entre os entrevistados e seus respectivos chefes é boa. E até tem um caso, que seu chefe também tem deficiência visual, porém anteriormente já teve problema porque o antigo chefe não entendia direito suas limitações. Um entrevistado mencionou sobre a inclusão, em que pedia pra ser cobrado igual todo mundo. Contém seu relato:

“Eu sempre pedia pra ser cobrado como qualquer pessoa, isso que é inclusão. Meu chefe sempre entendeu isso, sempre tentou compreender esse mundo da pessoa com a deficiência, e eu ajudava-o a entender o que é inclusão na prática.” (L.G.,26 anos)

Salienta-se que a comunicação, os informes e as notícias sempre chegam até os entrevistados, e são divulgadas pelas formas tradicionais como e-mails, Intranet, telefone, reuniões ou até mesmo levadas pelos colegas de trabalho. Fazendo com que sempre estejam por dentro das notícias.  

5.6 Tecnologias e equipamentos apropriados e adaptados para o desenvolvimento do trabalho dentro da empresa

Para a maioria dos entrevistados, existem tecnologias para desenvolverem seus trabalhos. Apenas 1 dos entrevistados informou não ter, pois trabalha com massagens.

Um dos entrevistados informou que existe uma lupa do próprio sistema operacional (Windows). Dois entrevistados informaram que as empresas disponibilizam um sistema de voz para poder atuar normalmente, tal sistema se chama Virtual Vision.

“É tudo normal a única coisa que você pode instalar um leitor de tela, que é gratuito, é um leitor prático leve e simples, que você instala e você pode fazer muitas coisas, para quem é baixa visão é bom isso, mas pra cego mesmo não precisa de tantos equipamentos específicos.” (L.G.,26 anos)

5.7 O que pode ser melhorado dentro das empresas em que trabalham as pessoas com deficiência visual

Para 2 entrevistados, a empresa ofertava tudo o que precisavam e que isso depende de cada presidente que entra na empresa. Mas a maioria sugeriu algumas melhorias, entre as quais destacam-se a necessidade de que todos os computadores tivessem o leitor de tela para que assim houvesse autonomia para desenvolverem o trabalho da melhor forma possível e um plano de carreira específico. Melhorar também o desempenho para outros Pcd’s, com a melhora do acesso às escadas.

“Criação de um programa de plano de carreira, porque por mais que eu invista em cursos por exemplo, não há tanta oportunidade para nós devido a deficiência.” (E. C. M., 34 anos)

5.8 Existência de acessibilidade dentro da empresa/local em que trabalha como: rampas, corrimões, sinalizações em braile, etc..

A maioria dos entrevistados informou que as empresas são bem acessíveis, com rampas, corrimões, sistema de leitor de voz nos computadores. Algumas ainda têm braile nos elevadores e pista tátil. Porém, muitas vezes as empresas usam isso de desculpa para não contratar pessoa com deficiência visual. Abaixo um relato de um dos entrevistados:

“Existem muitas empresas que usam isso de desculpa para contratar uma pessoa cega. Mas cego na sua grande maioria não tem dificuldade com escada essas coisas.” (L.G.,26 anos)

5.9 Oportunidades de trabalho ou emprego para pessoas com deficiência visual hoje em dia

De acordo com os entrevistados, 2 informaram que sim, que há oportunidade no mercado hoje para as pessoas com deficiência visual, em áreas especificas, como Professor de Braile, massagista, em bancos e é também uma forma das empresas pagarem menos impostos. Porém a maioria alegou a ausência de oportunidade no mercado para tal tipo de deficiência. Contudo é importante contar também com a persistência e capacitação de cada indivíduo. Contém relatos dos entrevistados:

“Sim, existe oportunidade desde que a pessoa se capacite. Pôr exemplo, eu dou curso de Braile, já estamos na 23° turma. Porque com a inclusão escolar, todas as pedagogas, professoras e estudantes devem se aprimorar na linguagem.”     (A.P.B., 66 anos).

“Eu acho que não. Até porque não sabia que seria massagista, nunca foi meu sonho. Junto com meus pais fomos pesquisando. Eu achei que era uma condição muito boa, hoje eu sou feliz fazendo o que eu faço. Mas eu acho que por essa nossa condição, ficamos limitados.” (M.L.B., 25 anos).

“Não acho que tem boas oportunidades para pessoa com deficiência visual. Contratam por um determinado período, e depois desligam a pessoa. Muitas empresas acham que só conseguimos ficar na área de telefone, mas não é isso, cada um tem seus talentos. A maioria dos empregos é só para atender telefone. As empresas não tem esse olhar que podemos fazer mais.” (L.G., 26 anos).

5.10 Utilização de tecnologia para ajudar no dia a dia da pessoa com deficiência visual

Conforme os levantamentos da pesquisa todos os entrevistados alegam que utilizam celulares normais e alguns aplicativos disponíveis específicos, enquanto dois entrevistados dizem utilizar ferramentas como: Telas NVDA, Talkback para o uso de aplicativos. Abaixo contém um relato dos entrevistados:

“Uso no computador um leitor chamado, NVDA leitor de telas, que converte o texto em voz, eu baixando isso posso mexer em redes sociais, tudo normal. Pelos celulares existem bastante aplicativos que ajudam também. (L.G., 26 anos)

5.11 Sugestões de projetos para aplicar nas empresas para melhorar acessibilidade ou o ambiente para as pessoas com deficiência visual

Conforme a pesquisa houveram 2 entrevistados que sugeriram melhorar acessibilidade no prédio inteiro, com localização de setor, identificação em tudo. Um dos entrevistados sugeriu para as empresas criarem uma melhor integração entre os novos funcionários e os portadores de deficiência. 

No entanto, outros alegaram de que não tinham sugestões naquele momento. 

5.12 Projeto de crescimento profissional (plano de carreira) e a realização de cursos pessoais

De acordo com os 6 entrevistados, três afirmaram que existe plano de carreira dentro de suas empresas e que ocorre tanto para pessoas com e sem deficiência. No entanto, um dos entrevistados afirmou desconhecer existência de plano em sua empresa.

“Tinha um projeto de crescimento, mas eu não fiz parte porque eles me desligaram falando que eles estariam mudando a estrutura do setor, que eu não tinha o perfil de funcionário ali.” (L.G., 26 anos).

Outros 2 afirmaram que não há plano de carreira, mas um deles informou que apesar de não existir plano, o que existe é a qualificação e saber aproveitar as oportunidades ofertadas pelo gestor. Este entrevistado estaria viajando para Fortaleza para ensinar sobre tecnologias voltada para as pessoas com deficiência visual a respeito de conta bancaria.

Conforme a pesquisa, a escolha para a realização de cursos para novas aprendizagens variou bastante, de acordo com a área do entrevistado. De modo individual, afirmaram que realizam cursos em educação, informática, cultura, gestão financeira e de estoque, novas técnicas de massagens. Um dos entrevistados ainda informou que gosta tanto de cursos de aperfeiçoamento profissional quanto voltados a hobbies como origami, teatro. Um dos entrevistados informou que está cursando superior em Letras.

5.13 Planos futuros

A maioria alegou querer continuar a trabalhar e alguns têm planos de continuar na mesma empresa e crescer. Um dos entrevistados já almeja ir para uma empresa maior e com mais oportunidades. Para dois entrevistados, além do trabalho, querem se dedicar e continuar os estudos em inglês e em literatura. Segue um relato de um dos entrevistados: 

“Quero trabalhar com literatura, quero me desenvolver no campo de letras mesmo, quero fazer uma pós, quero trabalhar seja dando aula, produzindo materiais, é mais nesse sentido que eu pretendo atuar.” (L.G.,26 anos).

 

  1. Considerações Finais

Através deste trabalho foi identificada a dificuldade de aceitação de pessoas com deficiência visual, tanto no ambiente profissional quanto no social, sofrendo com alguns pré-conceitos, sem ao menos saber que a pessoa é muitas vezes mais capaz que alguém sem deficiência e possui inúmeras habilidades e sabedorias. Fazendo um juízo antecipado, uma ideia preconcebida.

No ambiente profissional de algumas empresas eles são incluídos e mostram o melhor de si, assim mostrando que a capacidade que eles possuem é capaz de fazer que eles deem o melhor de si em cada atitude que tomam, seja no ambiente profissional, social ou de estudo.

Neste trabalho, compreende-se como é importante a inclusão da pessoa com deficiência visual no mercado de trabalho e como é importante quebrar alguns pré-conceitos que ainda existem no dia a dia.

Reforça-se que ainda há muito a ser feito, salientando desde o preparo do pessoal que está na linha da frente das contratações dentro das empresas; a estrutura física dos ambientes, que a tornem acessível a todos indistintamente; a criação de programas de integração entre funcionários; planos de carreira mais adequados e dos ajustes ainda necessários na legislação trabalhista.

  1. Referências

BENTES, Sara, MAIA, Wagner A.R. (organizador). Inclusão e reabilitação da pessoa com deficiência visual. Guia Prático. Capítulo XXIII Atuação Profissional de Pessoas com Deficiência Visual nas Artes. Instituto Internacional da Deficiência Visual. 2ª Edição. Bento Gonçalves-RS, 2018.

CHIAVENATTO, Idalberto. Planejamento, Recrutamento e Seleção de Pessoal. Ed. Manole, 8ª. Edição, São Paulo, 2015.

IBGE, Disponível em https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3425#resultado (acesso em 15 de maio de 2020).

JUNIOR, Noerbeck Motta; Baptista, Ivone Patricia Corrêa; Ramos, Patrícia Daiane Almeida; Souza, Rosilene Rodrigues de; Silva, Carlos Eduardo da. A inserção de profissionais portadores de deficiência nas empresas. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2012. Disponível: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/9516662.pdf> Acesso: 10/10/2019.

KOWALSKI, Rodolfo Luis. Um em cada cinco paranaenses possui algum tipo de deficiência. 14 de abril de 2019. Disponível em <https://www.bemparana.com.br/noticia/um-em-cada-cinco-paranaenses-possui-algum-tipo-de-deficiencia#.Xr2Me25Fzv8> Acesso em 03 de outubro de 2019.

KULCSÁR, João. MAIA, Wagner A.R. (organizador) Inclusão e reabilitação da pessoa com deficiência visual. Guia Prático. Capítulo XXV: Fotografia e Deficiência Visual: Por que Não? Instituto Internacional da Deficiência Visual. 2ª Edição. Bento Gonçalves-RS, 2018.

Ministério do Trabalho, Atlas do Observatório do Mercado de Trabalho, disponível em: <http://trabalho.gov.br/busca?searchword=deficiente%20visual&searchphrase=all> Acesso em 14 de maio de 2020.

ROSA, Enio Rodrigues da. Deficiência e Trabalho. A luta pelo direito de ser explorado.  Curitiba : Ed. Do Autor, 2016.

Rebouças CBA, Araújo MM, Braga FC, Fernandes GT, Costa SC. Evaluation of quality of life of visually impaired. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016;69(1):64-70. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167.2016690110i

Reis, Drielly Santos; Silva, Dayana, Matias Coelho da. Recrutamento e Seleção de Portadores de Necessidades Especiais – PNE. IX Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia. 2012. Disponível: <https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/35916698.pdf.> Acesso: 19 maio de 2020.

Salomão SR, Mitsuhiro MRKH, Belfort Jr R. Visual impairment and blindness: an overview of prevalence and cases in Brazil. An Acad Bras Ciênc [Internet]. 2009[cited 2014 Apr 02];81(3):539-49. Available from: http://www.scielo. br/pdf/aabc/v81n3/v81n3a17.pdf

 

ANEXO

ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA - EM ESPECIAL À PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL

Recrutador: Agradecemos sua participação neste processo seletivo. Nesta etapa, faremos algumas perguntas a Você para conhece-lo(a) melhor. Assim, conversaremos sobre suas experiências pessoais, profissionais e seus planos futuros.

Pergunta inicial (pergunta utilizada antes de iniciar a entrevista):

- Comente, por gentileza sobre Você e o que gosta de fazer.

Perfil do Entrevistado

  • Nome do entrevistado: _____________________________________________
  • Idade: _______________________
  • Endereço:_______________________________________________________
  • Telefone ou Whatsapp: ____________________________________________
  • Formação:_______________________________________________________
  • Estado civil:______________________________________________________
  • Você tem filhos? (a) Sim. Quantos:_____________        (b) Não

Experiências Profissionais

 

Nesta parte da entrevista, faremos algumas perguntas sobre nossa empresa e suas experiências profissionais.

 

  • Você já tinha ouvido falar sobre nossa empresa? Poderia comentar sobre o que você conhece a respeito da nossa empresa?
  • Comente, caso tenha ocorrido, sobre suas experiências profissionais anteriores.
  • Poderia contar, caso tenha ocorrido, como foi sua integração com os colegas e seus superiores nas suas experiências profissionais anteriores?
  • Você tem conhecimento de informática? (Se sim, vá para pergunta 12, não pule para pergunta 13).
  • Sim (b) Não
  • Poderia comentar sobre os softwares e aplicativos que utiliza ou já utilizou?
  • Você tem conhecimento de algum idioma?

(a) Sim. Qual (is) __________________________________________     (b) Não

 

Perspectivas de trabalho e planejamento de carreira

 

Nesta etapa da entrevista, conversaremos sobre suas expectativas (perspectivas) de trabalho, seus planos de carreira dentro de nossa empresa e seus planos para o futuro.

 

  • Quais são suas expectativas em relação ao trabalho e às atividades que exercerá nesta empresa?
  • Você tem planos de realizar cursos, participar de treinamentos e capacitações?

 

  • Qual sua disponibilidade de horário: __________________________________

 

Finalização da entrevista

 

Em nome de nossa empresa, agradecemos sua participação e entraremos em contato com Você ao final deste processo seletivo.

Muito obrigado(a).

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